Creedores ocidentais e Cuba se comprometem a salvar acordo de dívida

Western creditors and Cuba commit to saving debt agreement

HAVANA, 1 de setembro (ANBLE) – Representantes de 14 nações credoras ocidentais, agrupadas no Clube de Paris, estiveram em Cuba esta semana para salvar um acordo de dívida com o país dependente de importações, que se espera que entre em default pelo quarto ano consecutivo nos pagamentos.

“As discussões nos permitiram aproximar-nos de encontrar uma solução para os atrasos no cumprimento das obrigações (de Cuba) … as negociações continuarão para estabelecer um novo plano de pagamento aceitável para ambas as partes”, dizia uma breve declaração divulgada na quinta-feira à noite.

William Roos, co-presidente do Clube de Paris, havia dito na quarta-feira que propôs um plano que aparentemente foi rejeitado.

A declaração de quinta-feira dizia que o ministro de Investimento Estrangeiro e Cooperação, Ricardo Cabrisas, havia expressado a determinação do governo comunista em cumprir suas obrigações assim que as condições permitissem.

Cabrisas foi visto na televisão estatal durante as negociações, culpando as novas sanções rigorosas dos Estados Unidos, além do embargo comercial de décadas e da pandemia, pelos atrasos nos pagamentos.

O acordo do Clube de Paris de 2015 perdoou US$ 8,5 bilhões dos US$ 11,1 bilhões em dívida soberana que Cuba deixou de pagar em 1986. Cuba concordou em pagar o restante em parcelas anuais até 2033.

De acordo com estatísticas oficiais, os ganhos em moeda estrangeira do país usados para importar bens e pagar dívidas caíram mais de 50% desde a assinatura do acordo.

O produto interno bruto está oito pontos abaixo do nível pré-pandemia de 2019, informou o governo.

A ANBLE, que teve acesso ao acordo, estima que Cuba deixou de pagar aos credores mais de US$ 500 milhões, enquanto lida com escassez de alimentos, medicamentos, combustível e outros bens básicos em meio ao aumento das tensões sociais. A estimativa inclui o dinheiro devido até novembro.

Cuba, que relatou uma dívida externa de US$ 19,7 bilhões em 2020, reestruturou dívidas com Rússia, China e alguns outros credores desde então. A nação insular caribenha não é membro do Fundo Monetário Internacional nem do Banco Mundial.

O grupo de Cuba do Clube de Paris, composto por 14 países, incluindo Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Finlândia, França, Reino Unido, Itália, Japão, Holanda, Espanha, Suécia e Suíça.