Balas e bombas’ não vão vencer a guerra entre Israel e Hamas, alerta chefe da OMS, à medida que o número de mortos aumenta e as condições humanitárias se deterioram.

Balas e explosivos' não resolverão o conflito entre Israel e Hamas, adverte líder da OMS, em meio ao aumento de mortos e a grave deterioração das condições humanitárias.

O Presidente egípcio Abdel Fattah El-Sisi concordou em ajudar a agência internacional de saúde a fornecer suprimentos humanitários através do Cruzamento de Rafah, o único ponto de entrada para Gaza a partir do Egito, disse Ghebreyesus durante suas declarações no Cairo, durante a reunião do comitê do Escritório Regional da OMS para o Mediterrâneo Oriental.

A OMS irá transportar suprimentos de seu centro logístico em Dubai para o Egito, e trabalhará em parceria com a Sociedade do Crescente Vermelho da Palestina – parte da Cruz Vermelha Internacional – para garantir que sejam recebidos pelas unidades de saúde em Gaza, de acordo com Ghebreyesus.

“Este é o último capítulo trágico em uma história trágica, na qual não há vencedores”, acrescentou.

Cerca de 1.300 pessoas foram mortas desde que militantes do Hamas invadiram no sábado a faixa de Gaza bloqueada em cidades israelenses vizinhas, em um ataque surpresa sem precedentes durante um importante feriado judaico. As mortes foram divididas quase igualmente entre Israel e Gaza, e milhares de pessoas ficaram feridas em ambos os lados.

Apesar do apelo de Ghebreyesus por uma ação comedida, Israel atacou mais de 1.000 alvos em Gaza e os militantes palestinos continuaram a disparar rajadas de foguetes na segunda-feira, provocando sirenes de alerta de ataques aéreos em Jerusalém e Tel Aviv.

ONU condena mortes de civis

Também na segunda-feira, o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou que mais vidas inocentes serão perdidas, focando nos civis de ambos os lados e renovando sua condenação às mortes e aos sequestros por parte do Hamas.

Em um comunicado para repórteres em Nova York, Guterres afirmou que mais de 137.000 pessoas em Gaza – cerca de 6% de sua população – agora estão abrigadas em locais administrados pela UNRWA, a agência de ajuda aos palestinos. Ele citou relatos de ataques com mísseis israelenses em locais como escolas, unidades de saúde e prédios de apartamentos de grande altura.

“Estou profundamente angustiado com o anúncio de hoje de que Israel iniciará um cerco completo da Faixa de Gaza, nada será permitido – sem eletricidade, comida ou combustível”, disse ele. “A situação humanitária em Gaza já era extremamente precária antes dessas hostilidades. Agora, ela só vai piorar exponencialmente.”

Gaza é uma área com acesso extremamente limitado à saúde, ainda mais limitado pelos bloqueios israelenses. Israel exige que pacientes, cuidadores e profissionais de saúde obtenham permissões para chegar às unidades de saúde, incluindo hospitais, na Cisjordânia, Israel e Jordânia.

Porém, nem sempre as aprovações são recebidas em tempo hábil, segundo a OMS. Mais de um terço das permissões de pacientes e mais da metade das permissões de cuidadores não foram aprovadas a tempo de consultas hospitalares de 2019 a 2021, e cerca de 9% dos pacientes morrem dentro de seis meses após sua primeira hospitalização. A maioria desse período ocorreu em tempos de paz.

Antes da guerra, o tempo médio de espera para uma ambulância sair de Gaza era de 68 minutos, de acordo com um relatório da OMS de 2022.