Cúpula de Segurança de IA no Reino Unido quem vai participar e o que está na agenda?

O que está por trás da Cúpula de Segurança de IA no Reino Unido quem participará e o que será discutido?

LONDRES, 31 de outubro (ANBLE) – O Reino Unido sediará esta semana a primeira cúpula global de segurança da inteligência artificial (IA) do mundo para examinar os riscos dessa tecnologia em rápido crescimento e iniciar um diálogo internacional sobre a regulamentação dela.

O evento acontecerá em Bletchley Park – onde trabalharam os decifradores de códigos da Segunda Guerra Mundial do Reino Unido – no sul da Inglaterra, nos dias 1º e 2 de novembro.

Aqui está o que sabemos sobre o encontro:

QUEM ESTÁ PARTICIPANDO?

Os organizadores informaram à ANBLE que haverá cerca de 100 convidados, incluindo líderes mundiais, executivos de empresas de tecnologia, acadêmicos e organizações sem fins lucrativos. A lista completa de convidados não foi divulgada.

Alguns líderes mundiais – incluindo o Chanceler Alemão Olaf Scholz e o Primeiro-Ministro Canadense Justin Trudeau – não estarão presentes, mas a Vice-Presidente dos Estados Unidos Kamala Harris, a Presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen, o vice-ministro de tecnologia da China Wu Zhaohui e o Secretário-Geral das Nações Unidas Antonio Guterres estarão.

A presença da China é mais um sinal de melhoria das relações com o Reino Unido, após a visita de seu principal diplomata, James Cleverly, a Pequim em agosto, na primeira viagem de um secretário de Relações Exteriores britânico em cinco anos.

Executivos das empresas de IA mais conhecidas do mundo – incluindo o CEO da Google Deepmind, Demis Hassabis, e Sam Altman, fundador do OpenAI, criador do ChatGPT e apoiado pela Microsoft (MSFT.O), também estarão presentes. Representantes da Alibaba (9988.HK) e da Tencent (0700.HK) estarão lá também.

O empresário bilionário Elon Musk também participará do evento.

Acadêmicos e organizações sem fins lucrativos, que alertaram sobre o risco do avanço da IA, também terão papel de destaque, representados pelos “padrinhos” da IA, como Stuart Russell e Geoffrey Hinton, junto com o Instituto Alan Turing e o Instituto do Futuro da Vida.

O QUE SERÁ DISCUTIDO?

O objetivo da cúpula é iniciar uma conversa global sobre a futura regulamentação da IA.

Atualmente, não existem regulamentações globais abrangentes focadas na segurança da IA, embora alguns governos estejam começando a elaborar suas próprias regras. Por exemplo, a União Europeia escreveu o primeiro conjunto de legislação que regula seu uso no bloco.

De acordo com a agenda da cúpula, haverá uma série de discussões em mesas-redondas sobre ameaças representadas por futuros desenvolvimentos na tecnologia.

Os tópicos incluem como os sistemas de IA podem ser usados como armas por hackers, ou por terroristas para construir bioweapons, além do potencial da tecnologia para adquirir sentimentos e causar estragos no mundo.

Os especialistas e reguladores parecem divididos sobre como priorizar essas ameaças, com o esperado AI Act da União Europeia priorizando possíveis violações dos direitos humanos – como privacidade de dados e proteção contra vigilância – em comparação com os chamados riscos existenciais que dominam grande parte da agenda da cúpula.

POR QUE ESTÁ ACONTECENDO AGORA E NO REINO UNIDO?

O Primeiro-Ministro Britânico Rishi Sunak deseja que o Reino Unido seja um líder global em segurança da IA, assumindo um papel após o Brexit entre os blocos econômicos concorrentes dos Estados Unidos, China e União Europeia.

O evento acontece quase um ano depois que a OpenAI lançou o ChatGPT, um chatbot alimentado por IA, para o público, provocando debates internacionais sobre o potencial dessa tecnologia em desenvolvimento rápido, com alguns especialistas comparando-a às mudanças climáticas ou às armas nucleares.

O QUE SERÁ ALCANÇADO?

Quando a cúpula chegar ao fim na quinta-feira, espera-se que Sunak faça um discurso delineando o que os participantes concordaram, antes de se juntar a Musk para uma discussão ao vivo a ser transmitida em X.

Um recente relatório do Financial Times afirmou que Sunak planeja lançar um conselho consultivo global para a regulamentação de inteligência artificial, com base no Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC).

Quando Sunak anunciou a cúpula em junho, alguns questionaram quão preparada a Grã-Bretanha estava para liderar uma iniciativa global sobre regulamentação de IA.

Desde então, o presidente dos EUA, Joe Biden, emitiu uma ordem executiva que governa o uso de IA em todo o país, a UE se aproximou da aprovação de sua própria Lei de IA, e o G7 concordou com seu próprio código de conduta para empresas que utilizam a tecnologia.

Na semana passada, a ONU anunciou ter formado seu próprio conselho consultivo de IA – composto por alguns especialistas da indústria, pesquisa e diversos governos.

Mas os defensores afirmam que a Grã-Bretanha tem um papel a desempenhar como intermediária entre os três grandes blocos de poder mundiais – EUA, UE e China – e esperam que a cúpula estabeleça as bases para o diálogo internacional futuro sobre o assunto.

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